SONETO LXXXVIII
 Quando me tratas mau e, desprezado, 
 Sinto que o meu valor vês com desdém, 
 Lutando contra mim, fico a teu lado 
 E, inda perjuro, provo que és um bem. 
Conhecendo melhor meus próprios erros, 
 A te apoiar te ponho a par da história 
 De ocultas faltas, onde estou enfermo; 
 Então, ao me perder, tens toda a glória. 
Mas lucro também tiro desse ofício: 
 Curvando sobre ti amor tamanho, 
 Mal que me faço me traz benefício, 
Pois o que ganhas duas vezes ganho. 
 Assim é o meu amor e a ti o reporto: 
 Por ti todas as culpas eu suporto.
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Há 16 anos
 








